O eurodeputado do PSD para Agricultura, lamenta que Comissão Europeia não tenha revisto as estratégias do Pacto Ecológico, apesar dos repetidos avisos relativos ao seu possível impacto no abastecimento alimentar.
Foi apresentado, esta semana, o estudo do Joint Research Centre, da Comissão Europeia, sobre o impacto das estratégias do Green Deal no setor agrícola. O estudo revelou à Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu que a agricultura será gravemente impactada pelas estratégias “do Prado ao Prato” e da “Biodiversidade”. Desde logo, com quebras de produção tremendas:
O abastecimento de suínos, aves e carne de vaca, deverá recuar em 15%, comparativamente aos valores atuais.
Prevê-se igualmente uma redução da produção estimada em 13%, nos cereais, de 12%, nas oleaginosas e 8% nos vegetais e nas culturas permanentes.
O estudo prevê ainda uma subida geral dos preços, com destaque para a carne de porco, cujo preço de mercado deverá aumentar em 40%.
A subida do nível geral dos preços não será, todavia, suficiente para compensar os custos decorrentes da adaptação do setor aos objetivos das Estratégias. Em consequência, o rendimento médio dos agricultores baixará bastante, especialmente o dos produtores de cereais e de leite. Álvaro Amaro lamenta que “a despeito dos repetidos avisos que tenho lançado, o estudo confirma que a dependência do estrangeiro nas categorias de produtos em que não somos autossuficientes, aumentaria significativamente”.
O eurodeputado do PSD lembrou que “este ponto é tanto mais preocupante para países como Portugal, onde os produtores de leite produzem abaixo ou no limiar da rentabilidade” - um aspeto que suscita preocupação uma vez que “com a perda de rendimento prevista neste estudo de impacto, seriam obrigados a fechar portas”.
Face a este paradoxo, Álvaro Amaro, perguntou, no Parlamento Europeu, se “fará sentido reduzirmos a produção na Europa, onde temos os maiores níveis de controlo e de bem-estar animal, transferindo a produção e os “ganhos” em termos de emissões para países terceiros, onde a preocupação ambiental, fiscalização e a segurança são muito inferiores, colocando a Europa dependente de países terceiros?”