Sérgio Humberto, membro da Comissão do Ambiente, do Clima e da Segurança Alimentar, discursou na sessão plenária, em Estrasburgo, a propósito dos resultados das recentes negociações da COP16 sobre a biodiversidade, em Roma.
O eurodeputado partilhou que as negociações resultaram num compromisso global para aumentar as áreas protegidas em 30% até 2030, contribuindo para a conservação de habitats críticos e espécies ameaçadas.
“Foi acordado que, até 2030, pelo menos 50% das áreas terrestres prioritárias para a conservação deverão ser integradas em redes de gestão sustentável”, afirma o deputado do PSD.
De acordo com Sérgio Humberto, as partes comprometeram-se a restaurar 100 milhões de hectares de terras degradadas até 2030, promovendo a recuperação de ecossistemas e a melhoria dos serviços ambientais.
“A UE, com outros parceiros internacionais, destinou 20 mil milhões de euros para financiar projetos de restauração ecológica globalmente, com foco em áreas críticas para a biodiversidade”, explica o eurodeputado.
No que toca aos impactos sociais e económicos, o deputado social democrata esclareceu que os investimentos na proteção e restauração de ecossistemas têm o potencial de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, contribuindo para o crescimento das economias locais e para a inclusão social.
“As projeções apontam para que as ações de restauração ecológica possam criar até um milhão de empregos globalmente até 2030”, avança.
A restauração de ecossistemas e a expansão das áreas protegidas têm um impacto direto na melhoria da qualidade do ar, na regulação climática e na saúde pública, resultando em benefícios tangíveis para as populações locais, “incluindo uma redução de até 20% em problemas respiratórios nas áreas urbanas”.
Contudo, Sérgio Humberto adianta que apesar dos compromissos assumidos, a implementação das medidas enfrenta desafios, como a necessidade de harmonização das legislações nacionais, a mobilização de financiamento adequado e a superação de barreiras políticas e administrativas.
“A integração de novas tecnologias na monitorização e gestão da biodiversidade oferece oportunidades para inovar na forma como protegemos os nossos ecossistemas”, diz.
Para o eurodeputado, a digitalização e o uso de inteligência artificial podem melhorar significativamente a eficácia das ações de conservação, aumentando a transparência e a prestação de contas.
A União Europeia estabeleceu parcerias estratégicas com diversos países e organizações internacionais para garantir a implementação eficaz das medidas acordadas. Por exemplo, a colaboração com países emergentes em África e na América Latina “visa ampliar a rede global de áreas protegidas e promover o desenvolvimento sustentável”.
“Será também implementado um sistema de monitorização com tecnologias avançadas de satélite e inteligência artificial para rastrear a evolução dos indicadores de biodiversidade e avaliar a eficácia das medidas implementadas”, explica Sérgio Humberto. “Estima-se um investimento de 500 milhões de euros para o desenvolvimento deste sistema ao longo dos próximos cinco anos”, conclui.