Eurodeputado José Manuel Fernandes defende que União Europeia abre novas oportunidades aos jovens

Eurodeputado José Manuel Fernandes defende que União Europeia abre novas oportunidades aos jovens

O Eurodeputado José Manuel Fernandes garante que “a juventude é um objectivo claro da União Europeia” e que podem ser reforçados os apoios e recursos que “permitam aos jovens ter melhores condições de acesso ao cada vez mais exigente e competitivo mercado de trabalho”. Mas alerta que “os jovens devem assumir uma ambição forte e a consciência de que é preciso que se preparem adequadamente para responder de forma eficiente aos novos desafios”.

Num debate promovido na noite de sexta-feira pela JSD de Barcelos sobre o tema ‘O Futuro do Emprego na Europa’, José Manuel Fernandes destacou as oportunidades abertas por iniciativas que tem apoiado no Parlamento Europeu, como a acção preparatória ‘O teu primeiro emprego Eures’ e o programa ‘Erasmus Entrepreneurs’.

“A boa utilização destes recursos será útil, não só para a integração social e profissional dos jovens, mas também para a dinamização da economia, numa Europa onde há quatro milhões de vagas de emprego”, defendeu o eurodeputado, perante o lotado auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos.

No entanto, alertou que “os jovens devem ter a noção que acabou o emprego para toda a vida”, pelo que é imperioso que “apostem na qualificação permanente e continuada, de forma a capacitarem-se para responder da forma mais eficiente aos desafios permanentes que a Globalização e a evolução dos tempos coloca também permanentemente todos nós”.

Para o Eurodeputado, os jovens – assim como os portugueses de forma geral – têm rapidamente de alterar uma mentalidade de algum comodismo. “Temos de andar sempre à frente e ter ambição”, recomendou.

Num debate moderado pelo presidente da concelhia da JSD de Barcelos, Albino Silva, o Eurodeputado defendeu que Portugal, assim como os jovens, já deviam estar a trabalhar em pleno tendo como horizonte os desafios e objectivos traçados pela Estratégia UE 2020.

É nesse quadro de intervenção estratégica europeia que os jovens terão novas oportunidades e deverão ter atenção na sua formação, porque “serão chamados a encontrar soluções para os novos desafios e necessidades”. Além disso, José Manuel Fernandes sublinhou que há muitas áreas em que Portugal está muito longe de atingir os patamares de desenvolvimento a que se comprometeu.

É o caso das taxas de abandono escolar e da formação superior dos jovens. A Estratégia UE 2020 aponta como objectivo baixar para menos de 10% a taxa de abandono escolar, mas o que acontece é que Portugal tem ainda uma taxa de 31,2% (pior que nós só Malta), quando a UE está já nos 31,2%. Há ainda o objectivo para subir para 40% a taxa de jovens com diploma de ensino superior: Portugal está apenas nos 21,1%, enquanto a UE vai nos 32,3%.

Como explicou o eurodeputado, a UE 2020 estipula igualmente como objectivos que a União Europeia consiga no final desta década baixar em 20% as emissões de CO2, aumentar em 20% a eficiência energética e a produção de energias renováveis, assim como investir 3% do PIB em investigação e desenvolvimento tecnológico. Pretende ainda ter empregada 75% da população com 20 a 64 anos de idade e que 20 milhões de pessoas deixem de estar sujeitas ao risco de pobreza.

Levando isso em conta, José Manuel Fernandes entende que as apostas estratégicas ao nível da formação devem ter em atenção a necessidade de responder às alterações climáticas, melhorar a eficiência energética, promover as energias renováveis, adaptar ao envelhecimento da população – ao nível da saúde e da assistência social.

 

Problemática preocupante

 

A temática do ‘Futuro do Emprego na Europa’ mobilizou mais de uma centena de jovens, num debate que se iniciou na noite de sexta-feira e se prolongou pela madrugada de sábado. “Mostra bem a preocupação dos jovens e da sociedade em geral com o emprego, ou a falta dele”, comentou o presidente da concelhia da JSD de Barcelos.

Para o jovem economista Ricardo Magalhães, interveniente no debate, a problemática do desemprego e a falta de capacidade de uma resposta credível por parte do Estado está na origem do sentimento de revolta de uma ‘Geração à rasca’ que esgotou já todos os limites de tolerância possível.

Ricardo Magalhães destacou o ciclo particularmente difícil por que atravessa a sociedade portuguesa e o Estado, com consequências mais devastadoras para as novas gerações, que deixaram de viver “no contexto cultural pós 25 de Abril, em que a função pública e a qualificação superior impunham o emprego como um direito adquirido”.

Nesse contexto, o jovem economista enalteceu o esforço desenvolvido pelo eurodeputado José Manuel Fernandes para promover novos recursos para os jovens, destacando a proposta de ‘O teu primeiro emprego Eures’, que foi aproveitada pela Comissão Europeia e que avançou este ano como acção preparatória, que poderá desenvolver-se e dar origem a um novo programa.

Como explicou José Manuel Fernandes, a iniciativa tem uma dotação de quatro milhões de euros e que se destina a apoiar a contratação de jovens à procura de primeiro emprego ou em situação de desemprego, de forma a que possam trabalhar noutros países.

O eurodeputado recomendou ainda o recurso ao programa “Erasmus Entrepreneurs’, que se destina a promover o empreendedorismo e pretende levar os jovens a criarem o seu próprio emprego. Este programa está dotado apenas com 2 milhões de euros.

Embora tenha reconhecido que as dotações orçamentais destes programas são ainda reduzidas, José Manuel Fernandes frisou que, para o reforço e desenvolvimento destes apoios, é absolutamente fundamental que os jovens recorram a estes apoios e mostrem que vale a pena avançar com este tipo de iniciativas.