O Grupo do PPE durante as suas Jornadas de Estudo que decorrem na Madeira, promoveu um debate sobre o desenvolvimento na União Europeia da sua capacidadde reacção em casos de desastres naturais, nomeadamente através da implementação de uma força de protecção civil ao nível europeu.
“Não haveria outro lugar que fosse mais adequado para levar a cabo este debate sobre o estabelecimento de uma força de protecção civil do que aqui na Madeira", disse a Comisária Kristalina Georgieva, sublinhando que nas últimas décadas temos vindo a assistir a um aumento no número e na intensidade dos desastres naturais, enquanto "a nossa capacidade para lidar com os desastres cresce a um ritmo menor. Mais de 90% dos nossos cidadãos aguardam uma acção coordenada de parte da UE em casos de desastres. Não podemos desapontá-los", diz a Comisária.
Os vários desafios relacionados com a protecção civil são a prevenção, a preparação e o treino. Todos os participantes destacaram a importância de aumentar a visibilidade da acção europeia.
"Uma força de protecção civil seria bem-vinda uma vez que daria uma resposta rápida, eficiente e consistente em termos de acção e de um apoio concreta às áreas que deles carecem, como foi o recente caso da tragédia natural que ocorreu aqui na Madeira em Fevereiro", realça Nuno Teixeira, Eurodeputado, oriundo da Madeira.
“A criação de uma Força Europeia de Protecção Civil não é apenas uma questão de pragmatismo e de ajuda humanitária. É também um questão de solidariedade e de integração europeia", acrescenta Paulo Rangel, eurodeputado e vice-presidente do Grupo PPE e Chefe da Delegação Portuguesa do PSD no Grupo do PPE. "Europeus e não europeus reconhecerão a UE quando virem a acção da força europeia na ajuda em situações de extrema necessidade", disse o Deputado.
"A Força Europeia de Protecção Civil consistiria numa optimização dos mecanismos europeus existentes bem como num compromisso da parte de alguns Estados-Membros em pôr à disposição desta força vários módulos essenciais", destaca Michèle Striffler, Vice-Presidente da Comissão para o Desenvolvimento do PE e Relatora Permanente para a Ajuda Humanitária.
Estes módulos seriam pré-definidos e reagiram imediatamente durante as operções da UE sob a coordenação do Centro de Informação de de Monitorização. Estão já dispoíveis a nível nacional e não criariam, por isso, custos adicionais.
Concluindo o debate, Simon Busutti, Eurodeputado e Coordenador do PPE na Comissão do PE para as liberdades cívicas, diz: "A tensão existente no que respeita à criação de uma Força Europeia de Protecção Civil é a comum que existe entre levar a cabo uma acção sozinho e a solidariedade europeia. A mudança política é clara. A questão à qual temos agoira de dar resposta é a seguinte: teremos nós coragem política para dar uma resposta a estes desafios?", diz o Eurodeputado.