"Parece-me óbvio com o aprofundamento desta vertente política. Talvez não para já, mas no máximo na próxima Comissão. Aliás como me parece óbvia a criação de um Conselho Europeu sectorial da Defesa, também defendida no Relatório Danjean. Quando tal se verificar, a Sub-Comissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu deverá autonomizar-se em Comissão Permanente. Só assim estará completa a estrutura de Direcção política da Política Comum de Segurança e Defesa. Dimensão militar da PCSD que deveria poder dar resposta a riscos de natureza civil quer no âmbito interno da União, quer em termos externos (proposta já defendida pelo PSD para a próxima revisão constitucional)."
O Eurodeputado social-democrata propôs ainda a criação do cargo de Ministro dos Assuntos Europeus em todos os Estados Membros.
"Os Ministros dos Negócios Estrangeiros devem participar no Conselho de Negócios Estrangeiros e os Ministros dos Assuntos Europeus no Conselho de Assuntos Gerais. Do ponto de vista estritamente orçamental, esta medida teria efeitos marginais, pois na prática estamos a falar de uma alteração da Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus em Ministério, obviamente sem Secretarias tuteladas. A vantagem seria, essencialmente, dispor em cada país de alguém com assento permanente no respectivo Conselho de Ministros, com uma visão horizontal e capacidade de diálogo com todos os interlocutores em pé de igualdade," afimou Mário David.
Finalmente, Mário David propôs a criação de uma Academia Europeia de Diplomacia e Defesa.
"Esta proposta visa a criação de uma Academia de raiz, vocacionada para a formação militar e diplomática superior ou pós-graduada, e não uma organização de cúpula que coordene e integre diferentes Escolas europeias, como a Academia Europeia de Segurança e Defesa (AESD)."
Mário David é membro da Comissão de Assuntos Exteriores e da Sub-Comissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu.