A preocupação de Patrão Neves centra-se no facto de os Açores serem neste contexto uma região vulnerável e de alguns dos seus produtos, como a carne, uma das fileiras mais importantes da agricultura Açoriana, estarem incluídos na lista de produtos sensíveis.
Na sua intervenção, Patrão Neves afirmou que " Os acordos de livre comércio podem ser, efectivamente, um contributo importante para a dinamização económica, criação de emprego e produção de riqueza. Mas, lamentavelmente, a agricultura tem servido demasiadas vezes como “moeda de troca” para bons acordos ao nível dos serviços e indústria."
Patrão Neves recordou que no caso do potencial acordo EU-Mercosul, o estudo de impacto da Comissão, de 2011, evidenciava os prejuízos que este traria ao sector agro-alimentar Europeu e afirmou que "Esta é uma situação que importa denunciar e rejeitar a bem dos agricultores europeus, onde se incluem os Açorianos, que vêm o seu rendimento baixar e a sua produção ameaçada, mas também a bem de toda a indústria agro-alimentar que beneficia da produção do mercado interno, e a bem dos consumidores, que têm a garantia de qualidade e higiene alimentar, além do cumprimento de regras ambientais e de bem-estar animal."
Em defesa dos Açores reforçou, "Estes prejuízos agravam-se em regiões vulneráveis, como os Açores e em relação a produtos sensíveis, como acontece com a produção de carne nos Açores."
Estas duas circunstâncias negativas coincidentes numa mesma região ultraperiférica estão no centro das preocupações da Eurodeputada que esgrimiu a necessidade de que estes aspectos sejam devidamente tomados em consideração e acautelados aquando do reatar das negociações de um Acordo Comercial UE‑Mercosul.
No final da sua intervenção Patrão Neves sublinhou que "A manutenção de uma agricultura europeia forte garante a independência alimentar da União Europeia, absolutamente elementar do ponto de vista de estratégia política."