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  • 30 de Junho, 2010

Patrão Neves quer aposta forte na Aquacultura em Portugal

 No entanto, este mercado está cada vez mais "dependente das importações que atingiram já os 60% em virtude da redução da taxa de auto-aprovisonamento registada ao longo da última década, o que constitui um importante tema para reflexão."

A Eurodeputada do PSD, Maria do Céu Patrão Neves, considera que a Europa, e em particular Portugal, deverão fazer uma "aposta mais forte e revigorada no sector da aquacultura". Numa altura em que alguns recursos pesqueiros se encontram sobreexplorados, "a aquacultura assume-se como uma fonte de abastecimento alimentar de qualidade e uma nova indústria de futuro, em tempo de crise generalizada".

Patrão Neves apontou, no seu relatório para a Reforma da Política Comum de Pesca, a Aquacultura como“ uma prioridade estratégica para Europa” tendo desde então pugnado por um maior desenvolvimento deste sector em Portugal“onde a aquacultura, estranhamente, se encontra pouco desenvolvido, comparativamente a outros países europeus, como por exemplo a vizinha Espanha.”

Com um volume global de negócios de mais de 3,5 milhões de euros, e dando emprego a mais de 65 000 pessoas, Patrão Neves entende que"a Aquacultura deverá ser um vector melhor explorado ao nível da gestão alimentar e ecológica da Europa, devendo assumir o espaço que é seu por direito na organização do espaço marítimo europeu e gestão integrada das zonas costeiras, proporcionando proteína de elevada qualidade aos consumidores."

Numa altura em que grande parte dos mananciais de pesca se encontram sobreexplorados, Patrão Neves referiu que "a Aquacultura se assume como uma alternativa credível para suplantar a carência de pescado de que o mercado europeu hoje em dia padece, incluindo Portugal que é, aliás, o maior consumidor de pescado per capita da UE e um dos maiores do Mundo". Para Patrão Neves, não deixa de ser paradoxal que "um dos maiores mercados mundiais de consumo de pescado, como o europeu, represente ao nível aquícola, apenas 2% da produção mundial, manifestamente pouco para quem importa cerca de 2/3 do pescado que consome."

O Parlamento Europeu, que recentemente aprovou em plenário um relatório de iniciativa intitulado"Um novo ímpeto para o desenvolvimento sustentado da aquacultura europeia", com propostas de Patrão Neves, colocou este assunto na ordem do dia da agenda comunitária, "exigindo-se agora que a estratégia europeia para a aquacultura seja devidamente assimilada por parte da tutela dos diferentes Estados Membros."

No caso particular de Portugal, Patrão Neves considera que "para além da evidente vontade política do Governo da República, é importante que se aposte mais na investigação e no desenvolvimento tecnológico, devidamente articulado com um melhor ordenamento das zonas costeiras e das bacias hidrográficas, por forma a tornar mais fácil o acesso aos espaços mais apropriados para a prática desta actividade. O choque tecnológico de que o nosso Primeiro-Ministro é adepto, também passa por aqui", concluiu.

Para discutir o actual momento da Aquacultura em Portugal, os principais desafios e os seus constrangimentos, Patrão Neves tem agendado um encontro com a Comissão Alargada dos Aquacultores de Portugal no próximo dia 01 de Julho em Lisboa.