Sofia Ribeiro iniciou a sua intervenção explicando os eixos fundamentais do relatório, que passam por "investir nas pessoas; reformas estruturais executadas de forma social e responsável; impulsionar o crescimento sustentável relançando o investimento; melhor utilização dos fundos europeus para promover a coesão social, económica e territorial; a inclusão social como uma oportunidade para a sociedade e, por fim, uma melhor coordenação do semestre europeu".
Durante a audição, Sofia Ribeiro salientou que "não faz sentido analisar as taxas de emprego sem ter em atenção as taxas de atividade, porque o aumento da inactividade pode mascarar falsos números de tendência de emprego”. "Temos de analisar os motivos que levam os trabalhadores a desistirem de estar disponíveis para o emprego, com especial enfoque nos trabalhadores com mais de 55 anos", declarou. A eurodeputada acrescentou que, para além de se ter de "implementar mecanismos individualizados de requalificação e reconversão profissional", devem ser criadas soluções de emprego flexíveis para esta faixa etária "uma vez que há, frequentemente, uma desadequação face à idade do trabalhador no seu posto de trabalho e que, inclusivamente, não é atendida a sua experiência e a sua capacidade para formar jovens".
Sofia Ribeiro defendeu ainda que "deve haver um equilíbrio entre as remunerações e as qualificações dos trabalhadores pois, se assim não for, corre-se o risco de homogeneizar a classe trabalhadora, acrescentando que "no que concerne à flexissegurança, o trabalho não pode ser considerado como descartável, nem as empresas como grandes competidoras, querendo ganhar riqueza a todo o custo". "Deve haver co-relação entre ambos com mecanismos para adequar a actividade laboral dos trabalhadores e garantir-lhes segurança, tendo em conta a sua produtividade".
No decorrer da sessão, Sofia Ribeiro destacou o abrandamento das exportações e do investimento e salientou que "ao abordar a necessidade de envolver os parceiros sociais está a dar-se uma nota da necessidade de haver uma convergência e sustentabilidade de políticas que não podem ser definidas nem podem andar a ser alteradas de governo para governo". "Temos de ter uma linha de atuação", confessou.
No que concerne a medidas no setor da educação, a eurodeputada defendeu "uma diversificação dos métodos de ensino em paralelo com uma avaliação das necessidades do mercado de trabalho, para podermos adequar as competências dos jovens aos requisitos das empresas e das áreas emergentes de trabalho, nomeadamente a nível das economias digital, verde e azul", tendo, ainda, acrescentado que “deve haver um investimento na formação dual, pondo termo a uma homogeneização de habilitações que de pouco serve, em especial, às micro, pequenas e médias empresas”.
Recorde-se que o relatório foi aprovado por larga maioria no passado dia 24 de fevereiro em plenário, no Parlamento Europeu, em Bruxelas e pretende relançar o investimento, prosseguir as reformas estruturais para modernizar as economias e conduzir políticas orçamentais responsáveis.