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  • 9 de Fevereiro, 2012

Workshop sobre o fundo do mar reúne mais de 50 especialistas em Bruxelas

No evento, que reuniu uma plateia de mais de 50 investigadores de diversos países, a Eurodeputada do PSD sublinhou "a importância do mapeamento dos fundo oceânicos, através do qual se procede à identificação da localização espacial, extensão, características e condições respectivamente da diversidade geomórfica e dos habitats do fundo do mar, com potencialidades a nível ambiental e comercial que não podem ser substimados". Referiu ainda "a importância do Atlântico e a localização estratégica do DOP para o desenvolvimento de trabalhos de investigação nesta área", considerando que "é urgente para Portugal e para os Açores investir no Mar, conhecendo-o até às suas profundezas".

 

Patrão Neves, que havia já proposto publicamente a criação de um Observatório Europeu para o Mar Profundo há cerca de um ano atrás, reiterou "a necessidade de se criar uma estrutura europeia de apoio ao estudo do mar profundo que, pelo posicionamento geoestratégico do arquipélago dos Açores e pela excelência do trabalho desenvolvido pelo DOP, deveria ficar sediado na nossa região".

 

A eurodeputada sublinhou "a necessidade de se criarem sinergias entre a investigação científica, poder político e indústrias com interesses económicos e comerciais no mar profundo, como são o caso das pescas, do sector energético, da indústria farmacêutica, extracção mineral e outras, com o objectivo de se criarem novas oportunidades de negócio ao mesmo tempo que se garante a exploração sustentável destes ecossistemas."

neste workshop passou pela associação do mapeamento com os interesses da fileira da pesca, tornando-os parceiros dos cientistas e colaborando neste projecto, uma vez que é de todo o seu interesse, o conhecimento dos habitats marinhos e a gestão de stocks de pescas. Para Patrão Neves “a Europa nunca tirou partido do conhecimento do Oceano profundo, apenasda sua superfície e zonas costeiras. Nesta lógica temos primeiro que conhecer melhor para explorar melhor”.

 

A Comissária das Pescas e dos Assuntos Marítimos, Maria Damanaki, considerou por seu turno que o conhecimento dos fundo oceânicos é "fundamental para o desenvolvimento da economia marítima europeia sendo, no entanto, necessária mais e melhor informação sobre os fundos submarinos acessível a todos." No seu entender, a Europa deverá conhecer melhor o oceano profundo para dele poder retirar mais proveito, aliviando assim as tensões que hoje em dia se fazem sentir junto das zonas costeiras"..

 

Maria Damanaki revelou também que tem como objectivos principais "o mapeamento de todo o fundo oceânico até 2020 e a criação de sistemas de partilha de informação que permitam a optimização da utilizaçao do conhecimento"

 

Para a Comissária, "a falta de conhecimento acerca destes ambientes mais profundos é um travão para a economia marítima. Melhor informação ajudará não apenas a indústria a investir e a expandir-se, mas ajudará também sectores como o da pesca  a definir áreas de protecção para ambientes mais sensíveis".

 

Outra presença de peso neste evento, foi a do Secretário de Estado do Mar, Prof. Pinto de Abreu, que sublinhou "a necessidade de se investir no reconhecimento do espaço marítimo nacional, assegurando a cooperação de todos aqueles que são competentes nesta matéria, nomeadamente o DOP".

 

Pinto de Abreu mostrou-se "em linha com o objectivo da Comissão Europeia de garantir até 2020 o mapeamento dos fundos oceânicos" e considera que "a CE deverá ter um papel de charneira no esforço global de conhecimento dos fundos oceânicos" tendo considerado este workshop"uma iniciativa muito positiva".

 

Ricardo Serrão Santos, que representou o DOP e a Universidade dos Açores no painel de oradores convidados "considerou este workshop histórico, na medida em que conseguiu concentrar os maiores especialistas europeus da actualidade" que desta forma puderam sensibilizar a opinião pública, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia para "a importância do conhecimento do Mar Profundo".