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  • 24 de Novembro, 2024

Acordo de 300 mil milhões de euros na COP29 pode ser insuficiente

A COP29 terminou na madrugada do dia 24, em Baku, no Azerbaijão, dois dias depois da data prevista para o encerramento dos trabalhos. O acordo prevê um aumento das contribuições financeiras obrigatórias dos países mais desenvolvidos, que deverá atingir os 300 mil milhões de euros até 2035, para apoiar a redução das emissões e a transição climática.

Lídia Pereira, eurodeputada do PSD que chefiou a delegação do Parlamento Europeu na COP29, considera que "este acordo, difícil de alcançar, demonstra a capacidade de compromisso e cooperação a nível global, mas também é um exemplo claro de quanto ainda há por fazer” e explica que “a resolução aprovada pelo Parlamento Europeu antes da COP29 era mais ambiciosa na mobilização de financiamento para responder às necessidades cada vez mais urgentes, especialmente nas regiões e países mais vulneráveis”. 

A eurodeputada social-democrata destaca que “o montante final de 300 mil milhões de euros, embora significativo, pode não ser suficiente para enfrentar os impactos imediatos que já estamos a viver e que têm estado à vista de todos”, recordando que “os 100 mil milhões de meta definidos anteriormente nunca foram atingidos, a não ser em 2022 e apenas pela União Europeia”.

Na reta final das negociações, foram vários os delegados que abandonaram a sala em sinal de protesto devido às divisões entre países mais desenvolvidos e países menos desenvolvidos. O teto definido resultou de um aumento do compromisso financeiro assumido essencialmente pela União Europeia, EUA e Japão, mas não foi possível que economias emergentes como a China, Índia e outros países do Médio Oriente, aceitassem pagar contribuições obrigatórias. “A Europa não pode pagar e salvar sozinha o planeta e apesar da China ter evoluído a sua posição ao longo da COP29, comprometendo-se a aumentar as contribuições voluntárias, temos de conseguir que a segunda maior economia do mundo assuma as suas responsabilidades no que respeita aos contributos obrigatórios para o fundo climático”, reiterou Lídia Pereira, já de olhos postos na COP30, que terá lugar no Brasil em 2025.

O acordo alcançado em Baku inclui a criação de um mercado global de créditos de carbono, que poderá mobilizar milhares de milhões de euros para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, investimento em energias limpas e para a reflorestação. 

Para Lídia Pereira “o acordo alcançado sobre os mercados de carbono é encorajador, sobretudo se olharmos às várias tentativas com essa finalidade, mas que falharam ao longo da última década” e concluiu com uma nota de otimismo “com este acordo, será possível estabelecer negociações entre países e um mecanismo de créditos de carbono que permitirá aos países desenvolver e implementar os seus planos climáticos de forma mais económica e rápida”.