O social-democrata recordou à câmara dos eurodeputados "que há 12 anos, presidi a uma Comissão deste Parlamento sobre o caso ECHELON (envolvendo os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia)" tendo ficado provado que, na pós-guerra fria, as autoridades norte-americanas reorientaram os seus dispositivos para a espionagem industrial e económica lesando a Europa e prejudicando os cidadãos europeus.
Para Carlos Coelho "o Programa americano PRISM, e a conivência da Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, Apple, Youtube, Skype, Pal Talk e Aol, o Programa britânico Tempora e o escândalo da espionagem feita em instalações diplomáticas ultrapassaram todos os limites!
Os cidadãos receiam com razão que os seus dados em poder das empresas podem ser utilizados de forma abusiva e perguntam-se se esta é a forma como os americanos lidam com os seus aliados".
O eurodeputado membro efectivo da Comissão das Liberdades, Justiça e Assuntos Internos frisou a urgência de acelerar a reforma da legislação europeia na área da protecção de dados tendo afirmado que "razão tem a Vice-Presidente Reding quando sublinha a urgente necessidade de adoptarmos um quadro forte e rigoroso de protecção de dados" arguindo que "precisamos de normas fortes e claras que obriguem as empresas a respeitar as normas europeias quando vendem produtos e serviços aos consumidores da UE. E temos de impedir a transferência internacional de dados sem restrições garantindo sempre o controlo judicial e a possibilidade de recurso.
Ao terminar Carlos Coelho apelou a uma posição forte do PE nesta matéria ao afirmar "espero que este parlamento seja firme e que todas as outras instituições europeias não vacilem. Temos o dever de proteger os nossos cidadãos!"