Sérgio Humberto, deputado do PSD e membro da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais, explica que Portugal e Espanha são uma ilha energética, que produz energia, mas tem dificuldades em exportá-la.
Enquanto discursava, na sessão plenária de novembro, o deputado eleito pelo PSD, apelou ao envolvimento das instituições europeias para esta situação, que não deve ser apenas uma questão da Península Ibérica com França, mas antes um problema europeu. “As interligações elétricas e de hidrogénio são de extrema importância para os países do centro da Europa”, assegura.
A propósito do debate sobre o aumento dos preços da energia e do combate à pobreza energética, Sérgio Humberto revela que “a quantidade de energia que passa de Portugal e Espanha para o resto dos Estados Membros é inferior a 5%”.
“Precisamos de uma verdadeira união energética, de um mercado único e integrado, que vai permitir um aumento da competitividade nas empresas e chegar a preços mais acessíveis para as pessoas aquecerem as suas casas”, defende.
No final da intervenção, Sérgio Humberto terminou com a garantia de que “nós estamos aqui: com uma energia verde, mais barata, disponíveis para partilhá-la convoco”.
A meta da União Europeia para as interligações energéticas entre os estados membros é de 15% até 2030. Entre Portugal e Espanha os dados estão nos 16% de importação e nos 14% de exportação. A interligação entre Espanha e França situa-se abaixo dos 5%. “Portugal tem tido dos preços mais baixos do mercado. Tem o potencial para ser exportador de energia elétrica verde, mas fica limitado à Península Ibérica”, afirma o eurodeputado.
Em Portugal, entre 1,8 e 3 milhões de pessoas vivem em pobreza energética. “Duas em cada 10 pessoas não consegue manter a casa quente”, lamenta o eurodeputado. Em 2023, Portugal foi o Estado Membro da União Europeia com a maior percentagem de pobreza energética.