O diretor-geral da Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural apresentou hoje o programa de trabalho de 2021 relativo à política de promoção dos produtos agroalimentares da UE. O programa prevê apoios na promoção nos mercados interno e externo na ordem dos 174 milhões de euros.
Álvaro Amaro alerta para a disparidade da distribuição das ajudas, com metade das verbas disponíveis reservadas para a promoção de produtos biológicos. Para Álvaro Amaro, esta é uma escolha sem o bom senso e a razoabilidade indispensáveis em “ano determinante para contrariar esta crise”.
Para o Membro Permanente da Comissão da Agricultura, o tratamento preferencial dos produtos biológicos em detrimento da restante produção agrícola não surpreende, mas ofende. É sabido que a Comissão Europeia - e o Pacto Ecológico Europeu - visam aumentar a quota de mercado dos produtos biológicos. Contudo, não se compreende que, para atingir o objectivo, se desconsiderem “os milhares de pequenos e médios agricultores inscritos em regimes de qualidade” que, em razão da atual crise, acusam perdas de rendimento dramáticas.
O social-democrata, no Parlamento Europeu, considera ainda que “é preciso apresentar mais e melhores medidas de apoio ao sector do vinho, no âmbito do combate à crise”. “Com esta obstinação ideológica, a Comissão Europeia está a desperdiçar uma oportunidade vital para ajudar os agricultores da União Europeia a escoar a produção que está a ser destruída ou armazenada até que se estrague”.
Para 2021, a Comissão Europeia vincula 50% do orçamento à promoção de produtos biológicos, da valorização da sustentabilidade ambiental da agricultura e do consumo de frutas e legumes no contexto de dietas equilibradas e saudáveis. De acordo com o diretor-geral, tal deve-se ao alinhamento da promoção com os objetivos da Comissão, inscritos no Pacto Ecológico Europeu.