Os seis eurodeputados do PSD enviaram, esta sexta-feira, uma carta aos quatro presidentes das Instituições Europeias (Comissão Europeia, Conselho Europeu, Parlamento Europeu e Banco Central Europeu) e ao Primeiro-Ministro, António Costa, representante de Portugal no Conselho Europeu dando ainda conhecimento ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Com a carta seguiu um documento onde os eurodeputados apresentam 17 medidas de resposta à crise da Covid-19 e exigem uma solução comum de carácter urgente, capaz de produzir efeitos imediatos e sempre assente no valor da solidariedade.
Na missiva aos quatro Presidentes e ao Primeiro-Ministro português os eurodeputados alertam que “A pandemia mostrou que não dispomos de reservas estratégicas de medicamentos, de alimentos, de equipamentos, nem de uma reserva de capacidade produtiva no nosso território. A pandemia já gera uma vaga gigante de desemprego, mas o emprego continua a ser uma pura competência nacional. A pandemia evidenciou que muitos dos instrumentos económicos, financeiros e monetários de que não dispomos (e que são próprios e típicos de uma verdadeira União Económica e Monetária) teriam sido (e ainda podem ser afinal) a única via de solução e de reinvenção da economia europeia, da economia social de mercado, do nosso tão amado modo de vida europeu.”
Para os sociais democratas “As enormes falhas e deficiências na nossa resposta a esta crise humana, sanitária, social e económica sem paralelo não foram nem são da Europa; nem são, em rigor, das instituições europeias. Mas antes da falta de ambição e de vontade política dos líderes nacionais, dos chefes de Governo, que têm de actuar a nível europeu. Daí as primeiras reacções nacionalistas e egoístas, tão avessas ao espírito europeu. Agora, diante desta Europa silente e confinada a casa, os líderes políticos e os representantes dos cidadãos e dos povos não podem falhar.”
No documento que foi enviado destacam-se as seguintes medidas:
- O investimento imediato de 2 mil milhões de euros no desenvolvimento da vacina e de tratamentos ao COVID-19;
- A defesa inequívoca dos “Coronabonds” ou outro instrumento de mutualização de dívida, da criação do resseguro de desemprego, do reforço dos fundos europeus sem taxa de cofinanciamento, da adopção de um plano global de recuperação económica;
- Proposta de adopção de um plano de resgate para o sector do turismo e proteger a agricultura e pescas (abastecimento de bens essenciais). Criar reservas estratégicas de bens essenciais, geridas pela Protecção Civil;
- Proposta de extensão do período transitório do Brexit.
“Este conjunto de medidas essenciais para valer às aflições do curto prazo, para garantir a sobrevivência do tecido social e económico no médio-prazo e para relançar económica, social e culturalmente a Europa no médio e no longo prazo.” explicam os seis eurodeputados do PSD, Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Monteiro de Aguiar.