campaign-5
  • 11 de Junho, 2025

Hélder Sousa Silva defende colaboração internacional num futuro energético justo e competitivo

O eurodeputado Hélder Sousa Silva defendeu, na Amazon Week 2025, a cooperação com o setor privado, as ONG’s e a mobilização da sociedade civil, para as questões relacionadas com a ação climática. O português, que preside à Delegação do Brasil no Parlamento Europeu (D-BR), debateu com diversos entidades e empresários presentes na conferência “O futuro da energia sustentável e dos materiais Brasil-UE”, como pode a União Europeia impulsionar uma transição verde justa e competitiva.

Esta é já a terceira edição da Amazon Week, que conta com eventos em Berlim, Paris e Bruxelas, dedicados à proteção da biodiversidade e à promoção do desenvolvimento sustentável. Hélder Sousa Silva, que presidiu ao evento que decorreu em Bruxelas, no Parlamento Europeu, reafirmou o empenho da União Europeia em cumprir o Pacto de Paris, através da redução das emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55%, até 2030, face aos níveis de 1990, e de atingir a neutralidade climática até 2050.

O eurodeputado e Presidente da D-BR exemplificou a compromisso europeu com o Pacto Ecológico Europeu, que inclui um plano de investimento de 1 trilião de euros numa década, para apoiar a transição para uma economia sustentável; assim como o Fundo Justo de Transição, em que a UE está a apoiar regiões e setores mais afetados pela transição para uma economia de baixo carbono.

Além destes programas, Hélder Sousa silva defendeu que “o financiamento para a ação climática deve estar integrado numa agenda mais ampla de desenvolvimento sustentável”, pelo que a “luta contra a pobreza e a desigualdade deve caminhar lado a lado com as iniciativas de ação climática”.

Defendendo uma cooperação mais ampla entre entidades governamentais, setor privados, ONG’s e sociedade civil, o eurodeputado português foi perentório ao afirmar que “a colaboração internacional será essencial para um dos mais desafios do nosso tempo, que é a transição energética”.

Também o embaixador do Brasil na Europa, Pedro Miguel da Costa e Silva, defendeu a importância de todos – representantes governamentais, instituições financeiras internacionais, privados e sociedade civil – explorarem soluções acionáveis e caminhos práticos para colmatar o défice de financiamento crítico. Este representante frisou a importância de eventos como a Amazon Week, cujas conclusões conduzirão à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que terá lugar na cidade de Belém, em novembro de 2025.

Eurodeputado defende parcerias entre e UE e Brasil

No painel “O Futuro da Energia Sustentável no Brasil e na União Europeia”, que juntou os diretores das empresas Raizen, Repsol, Braskem e Vale, Hélder Sousa Silva voltou-se para as relações UE-Brasil e afirmou que “a energia sustentável representa não apenas uma estratégia necessária para combater as mudanças climáticas, mas também uma oportunidade para fortalecer os laços entre o Brasil e a União Europeia”. A união destes dois grandes atores pode, nas palavras do eurodeputado “ajudar a construir um futuro mais sustentável e inclusivo”, uma vez que o Brasil, sendo um dos maiores países da América Latina, com vastos recursos naturais, “apresenta-se como um parceiro estratégico da União Europeia”, explicou.

Hélder Sousa Silva defendeu que a transição energética do Brasil pode beneficiar das experiências e tecnologias da União Europeia, enquanto a UE pode aprender com a experiência e as estratégias adotadas pelo Brasil nas energias renováveis, particularmente na utilização de biocombustíveis e energia hidroelétrica. Além destes cenários, “a engenharia e a inovação da UE podem ainda ser aplicadas para melhorar a eficiência das energias renováveis no Brasil”.

A digitalização do setor energético foi outro dos temas abordados, na perspetiva de poder abrir novas frentes de colaboração entre a UE e o Brasil, permitindo uma gestão mais inteligente e eficiente da energia. “Com a ascensão de novas tecnologias de armazenamento de energia e eficiência energética, temos a oportunidade de repensar como produzimos e consumimos energia”, afirmou Hélder Sousa Silva.

Contudo, alertou o eurodeputado português, “não nos podemos esquecer dos desafios: a integração das políticas energéticas entre a Europa e o Brasil requer um diálogo constante, num ambiente de confiança, havendo aí questões de financiamento que necessitam ser revistas”. Nesse sentido, Hélder Sousa Silva garantiu que o Parlamento Europeu continuará a pressionar uma maior ambição climática, assim como o aumento do financiamento internacional. 

Na qualidade de presidente da D-BR responsabilizou-se por uma participação ativa nas discussões sobre soluções inovadoras e caminhos práticos para colmatar o défice de financiamento. Para tal, mostrou-se mais uma vez defensor da “combinação de esforços governamentais, da iniciativa privada e do envolvimento da sociedade civil”, para abordar esta questão de forma abrangente e efetiva, de modo a alcançar-se os objetivos tão desejados.

Recorde-se que a comunidade internacional enfrenta um défice de financiamento substancial e crescente nos seus esforços para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius.