O eurodeputado Hélder Sousa Silva reuniu com o presidente do Observatório dos Ecossistemas e Infraestruturas Digitais (OEID), Luís Bernardino, trocando impressões sobre a segurança e defesa do espaço europeu, numa altura em que crescem os desafios nesta área. No final do encontro, o eurodeputado mostrou-se confiante no trabalho que Portugal e a Europa poderão desenvolver em conjunto nesta área, e que deverá passar pela constituição de clusters de conhecimento e de negócios.
Portugal, pela sua centralidade, tem vindo a adquirir uma crescente relevância geoestratégica entre continentes, acrescentando elevado valor na conectividade das redes globais de comunicações. Ora, foi com o objetivo de colaborar numa melhor definição de políticas de segurança e prevenção dos ecossistemas e infraestruturas digitais em Portugal, que foi criado no ano passado o Observatório dos Ecossistemas e Infraestrututas Digitais. Reunindo especialistas portugueses nas áreas da engenharia de sistemas, comunicações, cabos submarinos, cibersegurança e ciberdefesa, inteligência artificial e segurança e defesa nacional, o OEID colaborará com entidades governamentais, académicas e entidades públicas e privadas, na definição de políticas de segurança e prevenção dos ecossistemas e infraestruturas digitais em Portugal.
No encontro com o eurodeputado, foram abordados diversos assuntos da defesa do mar profundo, como a vulnerabilidade das infraestruturas submarinas, nomeadamente os cabos de telecomunicações e de energia, que constituem a espinha dorsal das comunicações globais e da economia moderna. Nas palavras de Hélder Sousa Silva, “em tempos de incerteza, garantir a segurança de cabos submarinos é essencial para preservar a estabilidade económica e política da região euro-atlântica e para fortalecer o papel da Europa como ator global”.
Recorde-se que na recente visita do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ao Parlamento Europeu, este responsável destacou a importância de um compromisso financeiro robusto para a defesa, com uma parte significativa dos recursos direcionada para a segurança de infraestruturas sensíveis, como os cabos submarinos.
Segundo dados apresentados pelo presidente do OEID, no encontro com Hélder Sousa Silva, cerca de 15 a 20% dos cabos submarinos passam, atualmente, na zona de soberania marítima portuguesa. Exemplo relevante é o projeto “EllaLink”, em que um cabo submarino de fibra ótica liga Sines a Fortaleza, no Brasil. A importância deste cabo para ligar a Europa à América do Sul é proporcional à responsabilidade que Portugal assume na sua proteção direta.
No final do encontro, o eurodeputado reiterou que a cooperação entre a NATO e a UE é “essencial para garantir que infraestruturas como o “EllaLink” estejam protegidas contra ameaças de natureza diversa, desde desastres naturais até atos de sabotagem”. E destacou também a importância do trabalho conjunto entre Portugal e a UE na proteção dessas infraestruturas e também na constituição de clusters de conhecimento e de negócios nestas áreas tão vitais.