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  • 17 de Maio, 2021

Hidrogénio - Maria da Graça Carvalho alerta para o risco de "saltos tecnológicos irrealistas"

A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho considerou esta segunda-feira, durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, que “o hidrogénio irá contribuir para a descarbonização, nomeadamente em processos industriais com utilização intensiva de energia e nos meios de transporte de longa distância, como o transporte marítimo ou a aviação”. No entanto, avisou também que as estratégias para a energia devem “evitar saltos tecnológicos irrealistas. É arriscado apostar na utilização, em escala real, de tecnologias que ainda não foram verificadas em projetos-piloto ou de demonstração”, explicou.

Em declarações à sua assessoria de comunicação, a eurodeputada confirmou que este alerta “tinha também Portugal como destinatário, uma vez que o governo anunciou uma Estratégia do Hidrogénio Verde que irá absorver recursos extremamente elevados, correndo-se o risco de faltar investimento em fontes de energia e outras tecnologias que terão também um papel muito importante a desempenhar, não apenas na luta pela neutralidade climática, mas para garantir a segurança energética dos nossos cidadãos”.

Não está em causa a existência de uma Estratégia para o Hidrogénio Verde. De resto, nós apoiámos os planos da Comissão Europeia nessa área e continuaremos a fazê-lo na votação que terá lugar nesta quarta-feira no Parlamento”, ressalvou. “Mas é perigoso que o governo, na ânsia de estar ‘na linha da frente’ neste domínio, aposte todas as fichas – ou quase todas – em tecnologias que devem ser desenvolvidas, sem dúvida, mas progressivamente, cumprindo as etapas necessárias, considerando o custo-benefício e sem desprezar outras soluções mais imediatas”.

Na sua intervenção em plenário, Maria da Graça Carvalho considerou que “uma economia neutra em termos climáticos requer uma política energética integrada, que combine diferentes fontes de energia e faça uso das melhores tecnologias disponíveis. Tecnologias que se querem limpas, a custos acessíveis e adaptadas às necessidades especificas de cada setor”, frisou. A eurodeputada disse ainda que “a investigação científica e a inovação serão centrais para alcançarmos estes objetivos”.