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  • 9 de Outubro, 2020

Líderes de cinco grupos políticos pressionam Conselho Europeu a aprovar diretiva sobre mulheres nos conselhos de administração, em carta também subscrita por Maria da Graça Carvalho

Numa invulgar posição de força conjunta, os presidentes de cinco dos principais grupos políticos no Parlamento Europeu, os coordenadores de duas comissões parlamentares e os relatores da diretiva “Women on Boards”, entre os quais a eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho, enviaram nesta quinta-feira uma carta ao Conselho Europeu, defendendo que “o momento de termos mais mulheres nas administrações das empresas é agora”.

A diretiva “Women on Boards estabelece o objetivo de que pelo menos 40% dos lugares de administradores não-executivos das sociedades cotadas em bolsa sejam ocupados “pelo género mais sub-representado” – em geral, as mulheres. Apesar de ter sido aprovada por ampla margem pelo Parlamento Europeu, já em 2013, ainda não foi sequer alvo de uma primeira posição por parte do Conselho, onde a discussão tem sido bloqueada por alguns países.

Um impasse que os eurodeputados consideram ter de terminar de imediato, na carta dirigida ao presidente do Conselho, Charles Michel, à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao ministro de Estado alemão, Michael Roth.

Além dos presidentes de cinco das principais famílias políticas no hemiciclo de Bruxelas - Manfred Weber (PPE), Iratxe García-Perez (S&D), Dacian Ciolo? (Renew Europe), Philippe Lamberts e Ska Keller (copresidentes Green/ALE) e Manon Aubry e Martin Schirdewan (copresidentes GUE/NGL) – a carta é assinada pelos coordenadores das comissões dos Assuntos Jurídicos (JURI) e dos Direitos das Mulheres e Igualdade dos Géneros (FEMM), assim como por todos os relatores e relatores-sombra da diretiva.

Entre estes, Maria da Graça Carvalho, que é relatora-sombra da diretiva “Women on Boards” pelo PPE. Para a eurodeputada portuguesa, este consenso “é mais um sinal muito animador de que, finalmente, poderemos passar das palavras aos atos nesta matéria”. A eurodeputada espera também encontrar “mais recetividade à mudança por parte do Conselho”, lembrando que “um dos países que se opunham à diretiva, o Reino Unido, já não faz parte da UE e Espanha e Alemanha têm mostrado disponibilidade para reverem as suas posições”.

Atualmente, de acordo com dados do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), as mulheres representam menos de 30% dos membros dos conselhos de administração e apenas 8% dos CEO das principais cotadas da Europa.