A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho instou hoje a ministra da Educação e da Investigação da Alemanha, Anja Karliczek, a clarificar qual será o posicionamento da Presidência alemã da UE durante as negociações do Quadro Financeiro Plurianual (MFF) aprovado em julho pelo Conselho Europeu, em particular no que respeita ao programa-quadro da Ciência e Inovação, o Horizonte Europa.
Ouvida esta terça-feira de manhã por videoconferência na Comissão ITRE – Indústria, Investigação, Energia -, no Parlamento Europeu, Karliczek referiu por diversas vezes o papel “vital” da Investigação na recuperação económica e concretização das diferentes metas da União, mas evitou sempre abordar valores concretos dos orçamentos, nomeadamente o corte de 20 mil milhões de euros nas verbas do Horizonte Europa aprovado em julho pelo Conselho.
“O Parlamento Europeu ficou muito desapontado, tal como os investigadores europeus em geral, com a proposta de MFF saída do ultimo conselho, em especial no que respeita ao orçamento do Horizonte Europa”, recordou a eurodeputada do PSD. “A senhora ministra foi muito clara no que respeita a termos de arrancar o Horizonte Europa a tempo, mas respondeu de forma muito evasiva aos meus colegas sobre as suas esperanças de aumentar o orçamento do Horizonte Europa durante as negociações”, acrescentou. “Gostaria de lhe perguntar novamente quais são os seus planos para a negociação, de forma a concretizar esta esperança do Parlamento Europeu e da comunidade de investigadores europeus”.
A ministra alemã acabou por não responder diretamente a esta pergunta, defendendo que “a ideia da Presidência é ser um moderador” nestas matérias e insistindo na necessidade de “começar a tempo [a aplicação do Horizonte Europa] e de manter a Europa unida nos temas essenciais”.
Sobre questões concretas de orçamento, o único tema abordado pela ministra foram os “35% de fundos para a investigação científica nas áreas climáticas”, considerando estar em causa “um bom número” que trará benefícios a “diferentes campos” de investigação.
Maria da Graça Carvalho, que é relatora da Agenda Estratégica do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), questionou ainda a ministra alemã sobre a posição da presidência em relação aos objetivos de se ter “uma gestão mais equilibrada geograficamente, aberta e transparente” dos apoios concedidos por aquela instituição.