Parlamento Europeu debate a autonomia energética e as interligações do gás da Península Ibérica com a França

Parlamento Europeu debate a autonomia energética e as interligações do gás da Península Ibérica com a França

A Delegação do PSD no Parlamento Europeu propôs, e viu assegurado, através das diligências movidas na Comissão da Indústria, Investigação e Energia (ITRE) e nas reuniões do Partido Popular Europeu (PPE), que as interligações energéticas da União Europeia, nomeadamente a interligação de gás dos Pirenéus (Midi-Catalonia Pipeline), de grande relevância para o nosso país, serão discutidas com a Comissão Europeia nesta sessão plenária, em Estrasburgo.

O debate, intitulado: “Autonomia Energética da Europa: a Importância Estratégica das Renováveis, das Interligações da Energia e da Eficiência” terá lugar nesta terça-feira à tarde, faltando confirmar se a Comissão Europeia será representada pela Presidente Ursula von der Leyen ou por um dos seus vice-presidentes.   

Para Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PSD e vice-coordenadora do grupo do Partido Popular Europeu na comissão ITRE, “este debate representa um passo muito importante para o relançamento de um dossiê no qual Portugal muito investiu. É preciso recordar que a chamada interligação dos Pirenéus, que permitiria concluir as ligações do gás entre Portugal e Espanha e o centro da Europa, tem estado em suspenso depois de ter deixado de constar da chamada Lista de Projetos de Interesse Comum da União”.

O nosso objetivo neste debate será demonstrar que este projeto não só é viável como criticamente importante para a UE, porque a Europa precisa de alternativas ao gás natural proveniente da Rússia”, diz a eurodeputada. “Portugal e Espanha têm uma rede de terminais de gás natural liquefeito que pode ser potenciada para se chegar mais rapidamente a esse objetivo, à semelhança do que está a ser discutido para as ligações entre a Alemanha e a República Checa”, explica. “E o que pretendemos é que estas interligações avancem rapidamente, através de um procedimento especial”, acrescenta.

As interligações do gás enfrentaram no passado recente uma forte oposição de alguns setores dentro do Parlamento e da União Europeia em geral, com o argumento de que seriam contrários ao objetivo da transição energética. Mas Maria das Graça Carvalho refuta esses argumentos: “O gás será uma importante energia de transição na Europa nos próximos anos. Sim, precisamos de redobrar os nossos esforços para desenvolver fontes de energia limpas e acessíveis. Sim, precisamos de abordar a eficiência energética e os hábitos de consumo. No entanto, isso não será suficiente para resolver os nossos problemas imediatos”, considera. “Aceitar a importância do gás não é comprometer as nossas metas do Green Deal. O que pode comprometer seriamente as nossas ações contra as alterações climáticas é agir com base apenas na ideologia, desconsiderando as consequências dessas ações, incluindo a pobreza energética”. Ainda assim, frisa, “é muito importante que estas novas interligações sejam concebidas e executadas tendo em vista a transição energética. O que implica, desde logo, que estejam preparadas para serem adaptadas ao transporte de hidrogénio”.