É a segunda vez que o deputado Paulo Rangel questiona por escrito o Vice-Presidente da Comissão Europeia e Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrel sobre a situação de Moçambique.
A primeira vez foi em Maio e Paulo Rangel qualificou a resposta de Josep Borrel “com boas intenções” mas agora o chefe da delegação portuguesa do PSD quer saber que resultados têm produzido os “diálogos” e as “acções” que a UE tem estabelecido com as autoridades moçambicanas.
Paulo Rangel enviou ao inicio da tarde uma pergunta ao Alto Representante na qual exige saber com detalhe quais os passos já dados pela União Europeia para ajudar a resolver a situação humanitária e de segurança em Moçambique.
“Temos a informação de que a situação se está a agravar, com mais ataques e mais bárbaros, e que se mantem a incapacidade de acção das autoridades locais”, afirma Paulo Rangel.
Paulo Rangel tem sido a voz mais activa no Parlamento Europeu na defesa do povo moçambicano tendo conseguido em setembro incluir o Cabo Delgado na agenda dos assuntos urgentes da sessão plenária do Parlamento Europeu depois de ter introduzido pela primeira vez o tema numa reunião da Comissão dos Assuntos Externos em julho de 2020.
“Sinto-me muito chocado pela apatia internacional relativamente à situação que vive Moçambique. Não percebo como podemos assistir impávidos ao massacre de milhares de pessoas e a uma situação humanitária gritante sem agir com firmeza e diligência. Temos muitos exemplos na história de situações semelhantes em que não se agiu a tempo ou não se quis ver a realidade e depois foi tarde. O pior inimigo destas situações é a indiferença e o silêncio. Estamos nessa situação e por isso é crucial continuar a levantar a voz.”
Na pergunta enviada hoje a Josep Borrel o chefe da delegação portuguesa do PSD no Parlamento Europeu e Vice Presidente do PPE, Paulo Rangel, quer saber:
1. Que tipo de intervenção ou iniciativa tem a UE levado a cabo no sentido de apoiar as autoridades Moçambicanas a fazer face ao problema?
2. Que ajudas foram até hoje concretamente disponibilizadas nesse sentido?
3. Em que medida tem a UE procurado exercer a sua influência junto de organizações regionais como a União Africana e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, no sentido de incentivar uma estratégia comum para combater uma ameaça que é, cada vez mais, regional?"
Paulo Rangel insiste: "Moçambique continua abandonado perante a onda de violência extremista islâmica a norte do país. A violência sem tréguas que assola o país há vários anos cresce, de semana a semana, em número e em barbárie. Com ela, a crise humanitária ganha proporções catastróficas. O Parlamento Europeu condenou já a violência e a degradação da situação humanitária a que a União, os Estados Membros e a comunidade internacional assistem impávidos.”
A pergunta escrita ao Conselho foi assinada pelos 6 Eurodeputados do PSD: Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Monteiro de Aguiar.
- NOTA -
Pergunta ao Conselho
Pergunta prioritária com pedido de resposta escrita ao Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança
Artigo 138.º do Regimento
Paulo Rangel (PPE), Lídia Pereira (PPE), José Manuel Fernandes (PPE), Maria da Graça Carvalho (PPE), Álvaro Amaro (PPE), Cláudia Monteiro de Aguiar (PPE)
Assunto: Situação no Norte de Moçambique
Moçambique continua abandonado perante a onda de violência extremista islâmica a norte do país.
A violência sem tréguas que assola o país há vários anos cresce, semana a semana, em número e em barbárie. Com ela, a crise humanitária ganha proporções catastróficas. O Parlamento Europeu condenou já a violência e a degradação da situação humanitária a que a União, os Estados Membros e a comunidade internacional assistem impávidos. Por isso perguntamos:
1. Que tipo de intervenção ou iniciativa tem a UE levado a cabo no sentido de apoiar as autoridades Moçambicanas a fazer face ao problema?
2. Que ajudas foram até hoje concretamente disponibilizadas nesse sentido?
3. Em que medida tem a UE procurado exercer a sua influência junto de organizações regionais como a União Africana e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, no sentido de incentivar uma estratégia comum para combater uma ameaça que é, cada vez mais, regional?