O documento reconhece os desafios associados à agricultura sustentável e a importância da inovação tecnológica para o cumprimento deste desígnio e solicita à Comissão e aos Estados-Membros a elaborarem um plano de investimento a longo prazo para a investigação fundamental e aplicada à agricultura, que, na proposta de Sofia Ribeiro, deve ser estendido “a pequenos produtores, a zonas rurais, a regiões ultraperiféricas e de montanha”. Paralelamente, a eurodeputada acrescentou ainda que nas RUP, nas zonas rurais, desfavorecidas e de montanha, “os elevados custos, os longos períodos de tempo e a incerteza comercial associados à colocação de novas tecnologias e produtos no mercado ao abrigo da atual legislação da UE são ainda mais visíveis”, tendo acrescentado que “a agricultura nas Regiões Ultraperiféricas encontra-se mais exposta às alterações climáticas reais e potenciais e que esta tem de ter a possibilidade para se adaptar à evolução das circunstâncias com a ajuda de todas as soluções tecnológicas disponíveis”.
Segundo a Eurodeputada do PSD “importa, no entanto, equilibrar a inovação com o que nos caracteriza, pelo que exigi que a Comissão garanta, sempre que se justifique e a par das inovações tecnológicas e científicas, que se mantenham as técnicas e explorações tradicionais, que representam uma enorme riqueza e diversidade cultural, rural, histórica, turística e de subsistência para muitos pequenos agricultores europeus, das mais variadas regiões”.
Uma das propostas que Sofia Ribeiro considera fundamental, agora aprovada pelo Parlamento Europeu, passou por solicitar à Comissão que aproveite o enorme potencial e características da agricultura nas RUP, através da realização de “projetos-piloto de inovação tecnológica e científica, com vista a diminuir as suas desvantagens naturais e a dificuldade de acesso e utilização dos mais recentes desenvolvimentos científicos e tecnológicos, devido à sua pequena escala e constrangimentos naturais”.
O relatório aprovado esta semana prevê que, com o aumento da população mundial e com a procura de alimentos saudáveis, exista um crescimento da procura alimentar na ordem dos 70%, até 2050, pelo que defende a utilização de novos meios e tecnologias com vista a uma agricultura sustentável, capaz de garantir a subsistência alimentar dos europeus. O documento afirma ainda que a inovação tecnológica é fulcral para a solução e que deve ser a União Europeia a assumir essa liderança, tendo contado como relator do Grupo Socialista, o Eurodeputado Ricardo Serrão Santos.
Sofia Ribeiro observou, porém, que “em alguns Estados-Membros as qualificações dos agricultores são ainda limitadas, o que dificulta o acesso e a aplicação/utilização de novas tecnologias”. Para isso, a eurodeputada social-democrata exortou a Comissão para que esta elaborasse “um plano europeu de aposta na formação e ensino agrícolas, técnico ou superior de modo a cumprir com o desígnio da inovação tecnológica na agricultura”.