O Grupo Parlamentar do PSD no Parlamento Europeu questionou, hoje com carácter prioritário, a Comissão Europeia sobre o abastecimento e a escassez de cereais no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Álvaro Amaro, responsável do PSD pela agricultura no Parlamento Europeu, sublinha que "as consequências deste conflito são tanto mais importantes para países como Portugal, onde a dependência das exportações dos cereais ucranianos se eleva aos 40%, no caso do milho, e aos 50% no caso da colza". Álvaro Amaro afirma, ainda, que "esta evolução é preocupante para a produção de alimentos compostos para animais e, nesta medida, para a sustentabilidade da produção pecuária: os nossos agricultores operam no liminar da rentabilidade, e estas subidas põem em causa a viabilidade das explorações pecuárias".
Na missiva os sociais democratas alertam a Comissão: “- Que a Rússia e a Ucrânia representam 29% das exportações mundiais de trigo, 15% milho e 69% óleo de girassol; correspondendo a cerca de um quarto das importações de cereais e óleos vegetais da UE. - Que existe o risco de uma escalada do preço ao consumidor, bem como o risco para o abastecimento da produção alimentos compostos para animais e que no último ano, a constante subida dos preços dos fatores de produção, que em alguns casos se traduz num acréscimo de 50% face a 2020, e os fenómenos meteorológicos extremos (seca) têm exercido enorme pressão nos agricultores”.
Para o chefe da delegação do PSD no Parlamento Europeu José Manuel Fernandes " temos de garantir, no imediato, os alimentos suficientes e a preços acessíveis a todos os consumidores europeus. Em simultâneo temos de apoiar os nossos agricultores. Exigimos coordenação e partilha entre os Estados-membros"
Na pergunta enviada os eurodeputados do PSD questionam a Comissão: 1. Se prevê medidas que impliquem coordenação entre os Estados-membros de modo a evitar uma escalada de preços resultante da diminuição de reservas de cereais para alimentação humana e animal? 2. Quando entrará em vigor um pacote de medidas excecionais de mercado e se tem previstas medidas para o aumento da produção de cereais, nomeadamente a possibilidade de cultivar cereais em áreas de pousio? 3. Se prevê medidas específicas para mitigar os efeitos do aumento dos custos dos fatores de produção e irá rever os objetivos das Estratégias “do Prado ao Prato” e “da biodiversidade”, a fim de garantir a soberania alimentar da UE?
A pergunta escrita à Comissão foi assinada pelos 6 Eurodeputados do PSD: Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Monteiro de Aguiar.
- NOTA -
Pergunta à Comissão Europeia
Abastecimento de cereais no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia
A Rússia e a Ucrânia representam 29% das exportações mundiais de trigo, 15% milho e 69% óleo de girassol; correspondendo a cerca de um quarto das importações de cereais e óleos vegetais da UE.
Existe o risco de uma escalada do preço ao consumidor, bem como o risco para o abastecimento da produção alimentos compostos para animais.
No último ano, a constante subida dos preços dos fatores de produção, que em alguns casos se traduz num acréscimo de 50% face a 2020, e os fenómenos meteorológicos extremos (seca) têm exercido enorme pressão nos agricultores.
Nesse sentido, perguntamos à Comissão:
1. Prevê medidas que impliquem coordenação entre os Estados-membros de modo a evitar uma escalada de preços resultante da diminuição de reservas de cereais para alimentação humana e animal?
2. Quando entrará em vigor um pacote de medidas excecionais de mercado e se tem previstas medidas para o aumento da produção de cereais, nomeadamente a possibilidade de cultivar cereais em áreas de pousio?
3. Prevê medidas específicas para mitigar os efeitos do aumento dos custos dos fatores de produção e irá rever os objetivos das Estratégias “do Prado ao Prato” e “da biodiversidade”, a fim de garantir a soberania alimentar da UE?