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  • 12 de Novembro, 2024

Sebastião Bugalho questiona a Alta Representante da União indigitada, Kaja Kallas

Na audição da Alta Representante indigitada Kaja Kallas, que decorreu na manhã do dia 12 de novembro, sob coordenação da Comissão dos Assuntos Externos (AFET), o deputado Sebastião Bugalho, vice-coordenador da AFET e porta-voz da Delegação do PSD no Parlamento Europeu, questionou a ex-Primeira-Ministra da Estónia sobre possíveis cenários nas relações entre Taiwan e a República Popular da China, tendo-lhe perguntado se consideraria algum em que a UE nada faria se a República Popular da China alterasse unilateralmente e pela força o statu quo no estreito de Taiwan e se iria trabalhar para reforçar os laços institucionais da União com aquele território.

Kaja Kallas reiterou a oposição europeia a alterações unilaterais ao statu quo e manifestou o desejo de trabalhar com parceiros na Ásia-Pacífico para promover a diminuição de tensões naquela parte do mundo, em particular no Mar do Sul da China.

Sebastião Bugalho recordou a Kaja Kallas que regimes como o da Venezuela se apresentam como representantes da Rússia de Vladimir Putin e treinam combatentes do Hamas e do Hezbollah e instou-a a comprometer-se com o combate à ameaça russa, não apenas na União Europeia, nem junto às suas fronteiras, mas em todo o mundo.

A Alta Representante indigitada reconheceu a existência de sinais de ingerência russa na América Latina, em África e na Ásia e de uma verdadeira luta pelo poder à escala global, considerando que a União Europeia deveria contrariar esta ameaça, nomeadamente quanto à desinformação e à concorrência de narrativas e de investimentos, através da sua presença e da demonstração daquilo que faz à escala global.

Concluindo, o deputado português chamou a atenção da futura Alta Representante para o modo como a inteligência artificial irá mudar a política externa e como esta tem sido debatida nas reuniões de alto nível entre a China e os Estados Unidos e apelou a que a União Europeia liderasse a luta contra a proliferação da desinformação em massa, atualmente utilizada como uma arma contra as democracias.

Kaja Kallas concordou com a avaliação de que a inteligência artificial constitui um desafio de grande magnitude, sendo uma alavanca para a propagação de mentiras e de desinformação, defendendo que esta deveria ser utilizada pela UE para contrariar aquela tendência e difundir informação verdadeira