Sofia Ribeiro alertou, esta segunda-feira, 19 de fevereiro, para a existência de três desafios sociais relativos ao mercado de trabalho, que se colocam no contexto da digitalização, da robótica e da inteligência artificial. A Eurodeputada Açoriana falava no âmbito de uma reunião interparlamentar, em que participaram deputados dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu, da responsabilidade da Comissão do Emprego e Assuntos Sociais, na qual se abordou a digitalização e o futuro do trabalho, no Parlamento em Bruxelas.
“Hoje estamos num mundo em que saber programar é tão importante como saber ler”, iniciou Sofia Ribeiro, explicando que o primeiro desafio que tem de ser resolvido é a questão das “competências humanas e das empresas”. “Precisamos apostar na formação dos jovens, dos seus professores e na formação ao longo da vida” alertou, acrescentando ser necessário “integrar o conhecimento entre as universidades e as próprias empresas, sendo que elas têm que ser um motor de desenvolvimento na economia digital, na automação e na robótica”.
O segundo desafio realçado pela Social-democrata diz respeito ao combate do agravamento dos desequilíbrios sociais e regionais. “Eu sou de uma região ultraperiférica, os Açores, e sei bem a dificuldade acrescida que nós temos de aceder às tecnologias, à informação, ao conhecimento, de acedermos ao próprio financiamento desse conhecimento e quando falamos das regiões interiores de Portugal a realidade é muito semelhante”, salientou, justificando serem necessárias políticas diferenciadas que incrementem o potencial de desenvolvimento tecnológico dessas regiões.
O terceiro desafio que apresentou a Eurodeputada prende-se com a adaptação do mercado de trabalho e da própria política fiscal. “Com o aumento da automação, temos que falar, inevitavelmente, de flexibilidade laboral, de modelos de trabalho a tempo parcial e de trabalho à distância, que permitam incluir as pessoas mais distantes dos centros de conhecimento”, finalizou Sofia Ribeiro.