A Eurodeputada Sofia Ribeiro participou esta quarta-feira, 8 de novembro, em Lisboa, numa mesa redonda sobre o futuro das áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). O debate contou com as intervenções de mulheres que ocupam cargos internacionais de tomada de decisão na área da política, investigação e gestão, bem como com a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Sofia Ribeiro começou a sua intervenção lembrando que “a evolução do domínio da robótica, da automação e da inteligência artificial vai provocar alterações, estimando-se a perda de 1,2 mil milhões de postos de trabalho em 40 anos, sendo que, em Portugal, seis em cada 10 empregos podem estar em risco de serem desempenhados por máquinas”. “Temos de nos saber adaptar a essas alterações, sob pena de assistirmos a um colapso social, e, inclusivamente, ao surgimento de novas formas de segregação social”, referiu a eurodeputada. De acordo com Sofia Ribeiro, estas diferenças “podem agudizar-se nas regiões ultraperiféricas e nas regiões do interior pelo seu afastamento, por serem menos populosas e mais envelhecidas”.
Para a Eurodeputada, a solução passará “inevitavelmente, por apostar numa grande campanha de incentivo da educação das STEM, em especial junto das mulheres, uma vez que são áreas que lhes permitem ter uma flexibilidade laboral, tendo, inclusivamente, de haver uma diferenciação no acesso às STEM para as regiões ultraperiféricas e do interior”.
“O investimento político tem de passar pela educação e pelo despertar da curiosidade científica, combatendo os estereótipos de género; tem de apostar na formação inicial e contínua especializada dos professores; bem como fazer a articulação entre as instituições de ensino, parceiros sociais, representantes das empresas e dos trabalhadores de forma a potenciar a adequação das competências adquiridas pelos sistemas educativos com as necessidades das empresas”, frisou.
No final da intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa corroborou a argumentação da Eurodeputada Açoriana, adiantando, ainda, que temos um país dividido em relação ao acesso às STEM no que concerne à demografia. O Presidente da República alertou, inclusivamente, para a necessidade de se abordar o acesso às STEM pelos mais idosos, numa política de envelhecimento ativo, que têm muito mais dificuldade de atualização do que as gerações mais novas.
“Vivenciamos uma revolução que se alimenta de si própria, e é a nossa capacidade de adaptação e, inclusivamente, antecipação dessa revolução que depende a qualidade de vida futura da sociedade”, realçou a eurodeputada Social-democrata. “A máquina não pode predominar sobre o Homem, mas pode reduzir o seu esforço, potenciar a sua saúde, e trazer-lhe mais oportunidades de lazer”, finalizou Sofia Ribeiro.